domingo, 21 de novembro de 2010

O desafio constante de tornar a minha prática educativa mais eficaz, me levou ao Curso de Pedagogia. Nessa caminhada, inúmeros aprendizados foram se incorporando ao meu fazer, me desafiando, me desacomodando, apontando novas possibilidades. Dessas, foram os projetos de aprendizagem, no entanto, que mais atiçaram minha curiosidade e inquietude. Ao desenvolvê-los com meus alunos pude observar o envolvimento e interação da turma, determinando as perguntas, conduzindo o trabalho e concretizando autoria. Este diferencial me desafiou a debruçar o olhar sobre os projetos de aprendizagem como objeto de estudo, tendo como questão central: Quais os limites e possibilidades dos Projetos de Aprendizagem em classes de alfabetização?

Retomar a leitura de pensadores como John Dewey, Kilpatrick, Célestian Freinet, Ovide Decroly, Maria Montessori, Anísio Teixeira, Paulo Freire foi fundamental, tendo em vista a ousadia dos mesmos, cada um em seu tempo, de trazer em seus estudos a aprendizagem a partir do interesse do aluno, princípio dos projetos.

Para refletir sobre os projetos de trabalho e a experiência vivida com meus alunos e alunas, escolhi os estudos do espanhol Fernando Hernández, pelo trabalho desenvolvido na escola Pompeu Fabra, Espanha, que possibilitou ao autor teorizar sobre Projetos, e das brasileiras Iris Elisabeth Tempel Costa e Beatriz Corso Magdalena, pela proposta metodológica para desenvolver projetos desde o início da escolarização.

Hernández aprofunda seus estudos na intenção de organizar os conhecimentos escolares, as atividades de ensino e aprendizagem a partir dos projetos de trabalho, uma relação mais pedagógica, enquanto Magdalena e Costa aprofundam o enfoque metodológico dos projetos, com a intenção de estimular a construção de conhecimentos científicos, uma relação mais didática.

Como metodologia, utilizo o estudo de caso, que tem como proposta investigar de maneira particular uma situação especial. O trabalho de campo foi partiu da experiência realizada no estágio curricular do curso de pedagogia no primeiro semestre de 2010, com alunos do 2º ano, classe de alfabetização. Apresento dados de análise do projeto “Insetos” desenvolvido no período de 17/05/2010 à 12/06/2010. Constitui parte dos dados as anotações no wiki de estágio, o relatório final do estágio e trabalho desenvolvido pelos alunos. A reflexão tem como foco a escolha do tema, a formulação das questões de investigação, a pesquisa e a sistematização: nossos relatórios.

Na busca de respostas observei, entre outras coisas, uma carência de estudos específicos para o trabalho com projetos nas classes de alfabetização. As crianças pequenas são bastante receptivas as propostas e ao envolvimento, percebo que é muito fácil levá-los a querer aprender o que o professor quer ensinar. Dependendo do tema é o professor que se torna consultor. E embora muitos pensadores, em diferentes tempos da história da educação, tenham defendido uma escola centrada no interesse dos alunos, percebi como limite maior o despreparo do professor para trabalhar com esta metodologia que coloca o aluno como centro do processo do ensino escolar. Ainda é muito forte o ato educativo centrado no professor, o professor ensina, o aluno aprende, o professor determina o aluno realiza.

Pelas particularidades que uma classe de alfabetização apresenta em relação a leitura e entendimento da linguagem das fontes de informação, etapa esta fundamental num projeto de aprendizagem, necessita de muita tutoria. Diante disto, apresentam-se questões: Como e até onde intervir sem comprometer a autonomia dos alunos e garantir a autoria na construção das aprendizagens, principal fundamento da proposta?

O processo de construção do TCC me levam a considerar que o trabalho com projetos representam uma possibilidade de aproximar o que a escola precisa ensinar daquilo que o aluno deseja aprender. Permite a participação ativa dos alunos em busca de novos saberes e coloca-os como autores de suas aprendizagens, pois são eles que escolhem o tema que querem explorar.

Além disso, abre espaço para o desejo de aprender dos estudantes, permitindo que estabeleçam relação com os conhecimentos previamente acumulados e com a realidade que os cerca. O processo estimula os alunos a buscar recursos, criar estratégias, desenvolver a criatividade e a independência na busca do conhecimento. Essa caminhada leva-me também a considerar que os limites encontrados precisam ser objeto de reflexão e prática, pois como nos diz Paulo Freire (2001, p. 55), “ensinar exige consciência do inacabamento.”

A atividade proposta pelo SI para visitar todos os eixos do curso, no primeiro momento, assustou. Destaco agora, embora exaustiva, necessária para a construção do meu TCC. Nesses quatro anos muitas leituras importantes estavam distantes, a visita acendeu a memória. Meu primeiro e importante encontro foi com os pensadores John Dewey, Kilpatrick, Célestian Freinet, Ovide Decroly, Maria Montessori, Anísio Teixeira, Paulo Freire que em diferentes tempos da história da educação se dedicaram a estudar a aprendizagem a partir do interesse dos alunos. Onde os educadores de hoje buscam fundamentação para o trabalho com projetos. Tema do meu TCC. Porem destaco o meu reencontro com os estudos sobre a construção do conhecimento, para reafirmar o que já havia elegido como aprendizagem mais importante neste curso: os estudos sobre os modelos pedagógicos e modelos epistemológicos na apresentação de Fernando Becker (2001). Entender a aprendizagem como construção, um processo individual e ao mesmo tempo coletivo, é fundamental para optar por uma metodologia de trabalho. Como também é importante saber como estes conceitos foram construídos ao longo da história da educação e a quem eles servem. Esse conhecimento permite fazer escolhas e ter autonomia da prática educativa.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O oitavo eixo do curso foi também o meu retorno para a sala de aula depois de seis anos de afastamento. Minhas expectativas eram muitas. Foram sete semestres de leituras e reflexões que possibilitaram inúmeros aprendizados. Era hora de colocá-los em prática, e os mais de 20 anos de experiência não me deram tranqüilidade. As aprendizagens construídas me pediam nova postura diante do processo de ensinar. Fazer deste ato, um ato reflexivo, descobrir como meu aluno aprende e transformar a sala de aula num espaço de aprendizagem. Nesses seis anos nossa escola foi informatizada, estava também, diante do desafio de trabalhar com as tecnologias no processo aprendizagem dos meus alunos. Com o conhecimento adquirido no curso e a motivação dos alunos, a experiência foi positiva, pois o uso das TICs representa, para nossos alunos de classes mais desfavorecidas, a única oportunidade de participar do mundo tecnologizado, e utilizá-lo como mais um recurso para aprender foi instigante. Outro desafio foi desenvolver um projeto de aprendizagem com meus alunos, com a proposta de colocá-los como protagonistas do processo de construção das próprias aprendizagens. A experiência atiçou minha curiosidade em relação ao trabalho com projetos e se tornou o tema de estudo do meu TCC.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Visitando o eixo VII, destaco a interdisciplina “Educação de Jovens e Adultos”, pelas aprendizagens que construí. Coisas novas e interessantes que só um espaço de formação me levou a descobrir. Embora trabalhando muitos anos em educação escolar, não tinha conhecimento do EJA. A interdisciplina além de nos oportunizar conhecer as políticas públicas e a história da EJA, ofereceu um material teórico muito rico e interessante sobre estes sujeitos que buscam a escola em outro momento de suas vidas. Foi a partir desses estudos que conheci o trabalho da EJA no meu município. Pude constatar uma grande demanda de jovens freqüentando essa modalidade de ensino. Jovens que por diferentes motivos foram excluídos da escola de tempo normal. Que me levou a refletir sobre as não aprendizagens, que fazem nossos alunos somar anos de reprovação e no processo a evasão escolar sem completar o ensino fundamental. Gostei muito de ampliar meus conhecimentos nessa área. A interdisciplina de “linguagem e educação” a partir das leituras proposta nos aponta como a escola, na maioria das vezes padroniza o uso da linguagem, oral e escrita colaborando para a exclusão dos grupos que não participam desse padrão. Excluídos muitas vezes recorrem a EJA. O estudo da didática, planejamento e avaliação apontam para práticas pedagógicas com metodologias que valorizam os conhecimentos previamente construído pelos sujeitos e partem desses para a construção de aprendizagens significativas. O aluno como sujeito ativo do seu processo de aprender.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Visitando o eixo VI encontrei o texto que já estou usando para construção do meu TCC, quando estudo sobre os Projetos de Aprendizagem, seus limites e possibilidades nas classes de alfabetização. O textoEpistemologia Genética e construção do conhecimento” da Tania Beatriz Iwaszko Marques, que apresenta os estudos de Piaget sobre a gênese das estruturas cognitivas, explicando-a pela construção, mediante a interação radical entre sujeito e objeto. Busquei este texto para conceituar aprendizagem na teoria piagetiana, que distingue a aprendizagem no sentido amplo (lato sensu) e a aprendizagem no sentido estrito (stricto sensu): “no sentido restrito, fala de aprendizagem na medida em que um resultado (conhecimento ou atuação) é adquirido em função da experiência”. Por outro lado, considera a aprendizagem no sentido amplo como a “união das aprendizagens s. str. e desses processos de equilibração” (PIAGET, 1974, p.54). Quando entramos em contato com um novo conhecimento, acontece um desequilíbrio, então é preciso assimilar essa novidade incorporando às estruturas já esquematizadas, que pela interação dá início ao processo de acomodação. Entender o processo que os sujeitos aprendem é fundamental para ensinar. E nesse sentido o professor passa a ser um aprendente, para perceber o que o seu aluno sabe, condição prévia para novas aprendizagens.

Assim vejo nos Projetos de Aprendizagem a possibilidade de desequilibrar os alunos, no sentido piagetiano, quando valoriza as concepções construídas a partir do senso comum colocando-os em xeque para aproximá-los do conhecimento científico.

domingo, 17 de outubro de 2010

A visita ao quinto eixo a partir da interdisciplina da Psicologia da Vida Adulta me levou a refletir sobre o adulto que me tornei. Destaco aqui o meu adulto profissional e a interdisciplina sobre as Políticas Públicas e Gestão da Educação me fizeram entender que ele foi construído a partir de um modelo de educação produzido num determinado momento da história da educação brasileira. Uma educação com métodos tradicionais onde o ato de aprender foi a memorização. A educação bancária de que Paulo Freire tantas vezes se referiu, onde o professor deposita o conhecimento que só ele possui e o aluno recebe de forma dócil sem questionar. Uma escola alienante que matou, por muito tempo, minha curiosidade investigativa e minha criatividade, mas especialmente minha autonomia quando não me oportunizou o direito de exercitar o pensamento reflexivo. Mas também é fruto de um momento histórico de lutas pela democracia onde os professores das grandes redes estaduais de ensino começam a lograr sua organização sindical e a conquistar planos de cargos e carreira, com valorização da formação e a gestão democrática da educação. Me fez entender que a gestão democrática da educação é um processo em construção que envolve toda a organização da educação brasileira. Que o campo da administração da educação ao longo do tempo vem cristalizando modelos que se cruzam e/ou se rompem a cada contexto histórico, político e social da sociedade brasileira, e que na realidade o que está em jogo é, principalmente, uma mudança na estrutura das relações de poder na organização dos sistemas de ensino e das unidades escolares. Assim não basta estatuir normas formais para democratizar a gestão da escola, é preciso democratizar as práticas de toda a comunidade escolar, e para tal, é preciso encarar a democracia como um princípio ético-político que necessita ser cultivado em todos os espaços de relações sociais.

Tudo isso tem relação com meu TCC, quando investigo a metodologia de projetos como proposta de aprendizagem que desenvolvam autonomia e autoria na produção do conhecimento.

domingo, 10 de outubro de 2010

O eixo IV foi fundamental para refletirmos nossa prática em relação a seleção dos conteúdos e metodologia no ensino de Ciências, Matemática, Estudos Sociais, disciplinas tradicionais do nosso currículo escolar.

Suas interdisciplinas, trouxeram em primeira mão a possibilidade de reflexão das minhas concepções, de como elas foram construídas ao longo da minha vida e que se tornaram base para minhas ações e compreensão do mundo. Essa identificação foi importante para poder refletir criticamente estes conceitos e tornar as ações mais conscientes e comprometidas.

Lembro da aula presencial da interdisciplina de Ciências, onde o professor questionava porque estudar Ciências. Instigando-nos a duvidar, a querer saber um pouco mais, para não ser enganado por coisas que nos são ditas, para ter um pouco mais de discernimento das coisas que ouvimos. Pareceu-me tão simples, mas de muita importância. Precisamos desenvolver uma consciência crítica para podermos intervir no espaço e no tempo em que vivemos, especialmente com nossa tarefa de formação de pessoas. O texto “Representando o ensino de Ciências a partir de novas histórias da ciência” de Teresinha Dutra da Rosa Russel, ajudou nesta reflexão quando diz: “A descrição do tempo, do espaço e das condições político-sociais, em que aparecem determinadas explicações científicas, nos permite não só entender com maior profundidade a lógica daquelas visões de mundo, mas também refletir sobre as condições sociais de produção das teorias contemporâneas.

Precisamos ser curiosos para dar espaço para a curiosidade em nossas salas de aula. Curiosos da nossa história de vida, curiosos das coisas que nos cercam. Abrir espaço para as perguntas, para a investigação.

domingo, 26 de setembro de 2010

A atividade de visita aos eixos passados está sendo muito interessante. Sinto como poder ver meu próprio filme, as mudanças de pensamento e também de postura oportunizadas pelas leituras e reflexões a partir delas. As dificuldades e as resistências a mudanças, mas também a identificação do meu perfil de estudante.

Vejo agora que estes três primeiros eixos deveriam consolidar o processo de adaptação com a modalidade de estudos a distância. O Seminário Integrador mediou constantemente através de textos e de propostas de atividades oportunidades para pensarmos e organizarmos o nosso tempo de maneira que permitisse dar conta do curso se esse fosse o nosso desejo.

Constato que meu desejo de realizar o curso foi muito maior que minha disciplina de organização do tempo, e que minha maior dificuldade na modalidade a distância, é a resistência ao uso das tecnologias para interagir de forma ativa. Ficou evidente meu perfil para a interação presencial. Aprendo mais assim.

Realizar um curso a distância não foi uma tarefa fácil, foi confronto direto com minhas resistências e dificuldades com a modalidade. Aprendi muito, mas resisti pelo meu desejo de realizar este curso e ver nele oportunidade de muitas aprendizagens, como algumas que evidenciei nas minhas postagens de visita aos eixos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Em visita ao terceiro eixo, relendo minhas postagens no portfólio, veio a lembrança todas as atividades desenvolvidas a partir das interdisciplinas do semestre. Lembro do meu encantamento pelas descobertas realizadas sobre o papel das diferentes formas de expressão que podemos oportunizar as nossas crianças e como elas podem contribuir para a formação integral destes como sujeitos. Aventurar-se nas possibilidades de criar e construir conhecimento com o próprio corpo, com o jogo das palavras, das cores, da música. Utilizar-se do teatro, da música, da ludicidade, da literatura e das artes visuais como suporte para trabalhar outras disciplinas do currículo é uma prática muito comum em nossas salas de aula, mas trazê-las como conteúdo é o grande diferencial. Refletindo sobre os estudos do semestre constato a importância de trabalhar estes conteúdos para desenvolver gostos, auto-estima, afetividade, limites, diversidade, criticidade e especialmente despertar o interesse pelas artes pelo prazer que elas nos proporcionam.

Destaco o texto da Ana Maria Machado “Encantos para sempre” como muito esclarecedor para o uso da literatura infantil em sala de aula. Sempre gostei de ler os contos de fada para meus alunos pequenos, porém sem o entendimento do quanto estava proporcionando de possibilidades de amadurecimento. Este foi um dos textos que mais me levou a refletir sobre a necessidade que temos de conhecer mais e mais sobre o nosso objeto de trabalho. É o conhecimento que nos possibilita trabalhar com mais intencionalidade e autonomia.

domingo, 12 de setembro de 2010

Na visita que faço ao eixo II e especialmente a interdisciplina “Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica” tenho a oportunidade, rever e avaliar o processo histórico da construção da escola, como instituição, no Brasil, as influências externas desse processo. Observar o caráter político, econômico e religioso nessa construção. Conhecer o processo histórico se faz importante para entender o presente. Foi visitando esta interdisciplina que encontrei a apresentação da escola da Ponte que trabalha com projetos, a partir de um Currículo escolar inovador com um planejamento pedagógico implicado na construção progressiva da autonomia. O trabalho desenvolvido na escola da Ponte pode servir de embasamento para o meu TCC visto que vou abordar os Projetos de Aprendizagens e a construção da autonomia na construção do conhecimento.

domingo, 5 de setembro de 2010

eixo I

A visita ao primeiro eixo, 2006/2 reporta em primeiro lugar minha inserção ao mundo informatizado, minhas primeiras aprendizagens, as dificuldades de lidar com as tecnologias. A necessidade e a curiosidade desacomodaram e me fizeram aprender.

A interdisciplina Escola, Projeto Pedagógico e Currículo me trazem as primeiras contribuições para construção do meu TCC que terá como tema o PA. A orientação metodológica é um elemento importantíssimo a ser pensado na construção de um currículo de qualidade. Acredito que a metodologia é o componente que promove a aprendizagem desejada. Assim como também acredito que a orientação metodológica é responsável pelo tipo de sujeito que estamos formando, ela traduz as concepções da educação que estamos fazendo.

Os PAs apresentam uma metodologia que possibilita aos alunos terem a autoria na construção do seu conhecimento. A construção da autonomia tão desejada, que está na redação dos Currículos Escolares e dos Projetos Pedagógicos.

Para entender tudo isso a interdisciplina Escola, Cultura e Sociedade, nos possibilitou entender como a Educação Escolar foi construída ao longo da história e a serviço de quem.

O eixo trouxe interdisciplinas importantes para nos situar e poder refletir sobre o tipo de educação a que nos propomos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Neste momento deveria apresentar e falar do meu tema para o TCC, infelizmente não estou conseguindo definir um tema com o desejo que ele deve ter e que quero ter. Entre tantas aprendizagens que o curso proporcionou e a minha vivência do estágio curricular preciso concentrar minha atenção e investigar um foco, um tema, que ainda não se apresentou. Acreditei que ele seria espontâneo, no entanto estou a construí-lo. Passei a refletir sobre o que me trouxe ao PEAD, meu desejo de conhecimentos para melhorar minha prática de sala de aula. No livro “pedagogia da autonomia” Paulo Freire diz: “Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade” vim para este curso buscar competência profissional. Talvez meu tema devesse seguir por aí. Não sei...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Eixo IX
Em 2006/02, este semestre parecia muito distante. Chegou. Vivencio a finalização de uma proposta de formação, um desejo se realizando. Lembro da noite fria, abertura do nosso curso em Três Cachoeiras. Todos os semestres foram de muito trabalho e dedicação este, com certeza, não será diferente. Espero conseguir dar conta das expectativas para este espaço, e construir novas aprendizagens.

segunda-feira, 21 de junho de 2010


Acolher o interesse dos alunos, modificar a dinâmica de condução das aulas. Alunos elaborando perguntas, formulando hipóteses sobre as próprias questões levantadas, buscando resolver suas questões e desenvolver conclusões que explicassem seus entendimentos. Tudo isso tive o prazer de experienciar desenvolvendo um Projeto de Aprendizagem com meus pequenos e pequenas do segundo ano.

Para mim que sou professora veterana, preocupada em valorizar o conhecimento prévio dos meus alunos e alunas, investigando seus saberes para, a partir deles, intervir e proporcionar novos saberes. Porém sempre dando a direção, determinando o rumo das aprendizagens.

O PA possibilitou descobrir que outras práticas são possíveis. Colocar os alunos como autores de suas aprendizagens. Poder escolher sobre o tema que querem explorar, e construir aprendizagens significativas. Descobrir que os professores não tem menos importância nesse processo, só precisa resignificar o seu papel. Especialmente quando trabalham com alunos menores. Saber fazer a escuta, ter sensibilidade e perceber o quanto são capazes de construir a partir das suas curiosidades. Baseado nas suas experiências, no que vêem, observam, ouvem das outras pessoas e nos meios de comunicação. Como a ingenuidade do Leandro, acreditar que um inseto come outro inseto porque é mau. Saber mediar esse conhecimento informal e aproximá-lo do conhecimento científico, confrontá-los para desequilibrá-los, como defende Piaget. Levá-los a perceber que, o que sabem não é suficiente para explicar a idéia que tem. Como foi na questão do sangue dos insetos. Temos o papel de problematizar estes saberes para oportunizar o conflito, a reflexão e poder reconstruir estes saberes.

Minha preocupação e insegurança inicial, aos poucos foram abrindo espaço para o entusiasmo e satisfação. A primeira experiência não decepcionou. As palavras pesquisar e observar já faz parte do vocabulário da minha sala de aula. Acredito que meus alunos já sentiram o prazer da autoria.

domingo, 13 de junho de 2010

Trabalhar com Projetos de Aprendizagem me fez lembrar um velho ditado “se aprende fazer fazendo”. Esta foi a primeira experiência, importante para entender que os alunos aprendem mais e se interessam mais quando estão atrás das suas curiosidades. Não estar previamente determinado onde vão chegar não implica em não aprender. Senti que o papel do professor é muito mais decisivo para estas aprendizagens do que imaginava. A falta de experiência gerou insegurança, ansiedade que não permitiram aplicar a metodologia com todas as suas possibilidades. Esta semana fechamos nosso primeiro PA. Outros temas ainda poderão ser embasados, ou partir deste estudo, como fizemos nesta semana, em relação ao meio ambiente. A partir da descoberta do papel dos insetos para o equilíbrio do meio ambiente iniciamos estudo sobre a necessidade de preservar as espécies e como isso é possível. Avançamos para estudos da consciência ecológica com ações que ajudam a cuidar e preservar o meio ambiente.

domingo, 6 de junho de 2010

Nesta semana procurei criar estratégias para avaliarem e analisarem a caminhada de um tema de estudo. Na proposta de organizar os conhecimentos adquiridos para um fechamento temporário do projeto, especialmente em relação as nossas perguntas iniciais fomos repassando as perguntas para analisar e também avaliar se estão satisfeitos ou se precisamos redimencioná-la. O que também faz parte da metodologia.

Em nossa roda de conversa foi possível perceber a partir de suas falas e depoimentos o quando avançaram em conhecimento e concepções a cerca destes animais que vivem tão próximo de nós humanos e são vistos, no senso comum, ou como bonitinho ou então como pragas nojentas. Como professora, tive a oportunidade de já observar a importância de considerar o interesse dos alunos, as suas curiosidades para introduzir conceitos importantes na formação escolar dos nossos alunos e alunas, sem deixar de realizar o objetivo maior de uma turma de 2º ano, que é ensinar a ler e escrever. Para meus alunos foi muito prazeroso ficar confrontando suas hipóteses de leitura e de escrita com um tema de vocabulário vasto e que faz parte do seu cotidiano, até porque os animais e suas curiosidades exercem um fascínio muito grande no imaginário infantil.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

vivências 5ª postagem

Para realização do PA que tem como proposta partir do interesse dos alunos e das suas curiosidades fiquei atenta para identificar esse interesse. E foi a partir de um filme onde eu professora tinha uma intencionalidade surgiu o tema insetos que passamos a investigar. A partir daí foram construindo suas perguntas com a minha mediação. Uma curiosidade da aluna Bianca. “Insetos têm inimigos?” No primeiro momento pensei que ela queria saber quem seriam os predadores dos insetos então pedi que justificasse sua pergunta para o grupo, e ela disse querer saber se tem insetos que comem insetos. Então reelaboramos a pergunta que poderia ficar de duas maneiras. “Existem insetos que comem outros insetos?” Ou utilizando uma palavra nova que está fazendo parte do nosso vocabulário, a partir dos estudos sobre insetos. “Existem insetos predador de insetos?” A aluna optou pela segunda redação. Outra situação: Queriam saber se existem insetos maus. Perguntando o que já sabiam disso. Disseram que o marimbondo é um inseto mau porque pica as pessoas. Que o mosquito também, e assim listaram alguns insetos. Problematizei. Se vocês me dizem que estes insetos são maus. Há necessidade dessa pergunta no nosso PA? Vocês já se perguntaram por que o marimbondo pica as pessoas. Em suas pesquisas descobriram que os marimbondos são responsáveis pela polinização das plantas, que limpam as pragas das lavouras e que só atacam as pessoas porque se sentem ameaçados. Concluíram que o marimbondo é um inseto do bem. Assim vou aproveitando as situações criadas por eles integrando novas informações e conceitos, ampliando o que sabiam de início.

Reflexão 4ª postagem

Realmente tenho priorizado, para o blog, uma reflexão mais teórica, por ter sido esse o meu entendimento a respeito desse espaço. Mas concordo contigo que não dão visibilidade da minha prática. No entanto tenho feito essas reflexões teóricas a partir do que tenho vivido ou direcionado minha prática em sala de aula.

A escola por um longo período foi muito mais um espaço de passar informações, apresentando informações que o aluno deveria repetir para ser aprovado de ano, de série. O professor como detentor do saber e o aluno depositário deste saber. Hoje o papel desse professor foi substituído pelos meios de comunicação de massa, a internet está cada dia mais presente, até nas camadas mais pobres. Além de conteúdos precisamos nos preocupar com metodologias que tornem os espaços escolares lugar de aprendizagem. O professor não precisa mais se colocar como dono do saber, mas como mediador dos diferentes saberes que estão dentro da sua sala de aula. Estou novamente teorizando, isso para dizer que a maneira como os alunos estão sentados pode facilitar ou dificultar uma nova proposta. Permitir que os alunos conversem sobre o que estão aprendendo, expressar o que sabem sobre a proposta que o professor trás, faz parte dessa nova metodologia. Como também aprender a conviver em grupo.

Um exemplo; depois de sentados juntos no mesmo grupo, alguns alunos estavam se distraindo e se desviando do envolvimento necessário para as atividades. Na hora da troca de grupo a aluna Ana escolheu o colega Rodrigo para o seu grupo com o seguinte argumento. “Eu convido o Rodrigo para o meu grupo porque ele e o Bruno não estão mais dando certo juntos. Assim eles não vão aprender mais.” Eles concordaram, e a mudança aconteceu sem a minha intervenção. Uma mediação feita pelo grupo. O mesmo não aconteceu com o João. Por várias vezes, em aula quando cobrei mais envolvimento e responsabilidade do aluno João, ele reclamava do colega Leandro que sentava ao seu lado e era culpado por atrapalhá-lo. Inclusive o pai foi cobrar dele a distração e ele culpou o colega, o pai havia me pedido para separá-los. Na hora da mudança de grupo o primeiro que ele escolheu para formar o seu grupo foi o Leandro. Nesse momento achei necessária minha intervenção. Sugeri ao João que analisasse se o Leandro o atrapalhava tanto seria legal sentarem juntos? Ele pensou um pouco e disse que seria melhor não sentarem juntos. Ele adorava sentar com o Leandro, mas tem dificuldade de assumir seus atos. Conviver em grupos, administrar conflitos para que o grupo possa crescer de forma que cada um cresça com o grupo são objetivos da minha proposta para desenvolver a cidadania. Como sujeitos fazemos parte de diferentes grupos sociais.

reflexão 3ª postagem

Sentar em grupos facilita as atividades com jogos possibilitando a socialização, afetivas, emocionais e cognitivas, (hoje muitas crianças têm acesso aos jogos virtuais e se fecham na sua individualidade, cada vez menos sociais). Enquanto jogam eles verbalizam seus saberes, suas emoções, seus sentimentos.

Aprender a contar, escrever e ler números fica mais fácil a partir do jogo e um aprende com o outro.

Como minha turma já vinha trabalhando com essa metodologia de poder aprender e ensinar um ao outro, quem mais tem aprendido com isso sou eu. Eles não apresentam resistência em sentar com quem sabe menos porque vão poder ensinar e vice versa.

A mediação que, às vezes, preciso fazer é diminuir o ímpeto que alguns têm de fazer para o outro, na sua ansiedade não dão tempo para o outro pensar. Minha provocação é; em vez de dar a resposta explica para o colega como tu pensaste para achar esta resposta. Isso para várias situações de sala de aula não só nos jogos.

reflexões a cerca do planejamento 2ª postagem

Estou enfrentando dificuldades no meu planejamento, não conseguindo deixar visível o que realmente tem acontecido na minha sala de aula, ou o que pretendo. Já havia constatado isso no semestre anterior na interdiciplina de didática e planejamento. Está construído em mim que os objetivos do dia, são as ações dos meus alunos e não as habilidades que eu desejo que eles construam. Exemplificando: coloco como objetivo _Ler o texto. Quando acredito que deveria colocar.__desenvolver a leitura confrontando suas hipóteses de escrita, especialmente em sílabas com mais de uma consoante. Sempre sintetizo meus objetivos não deixando claro minha intencionalidade, não que não as tenha.

Também atribuo isso a minha maneira de trabalhar o processo de alfabetização até o momento, a apropriação da proposta do GEEMPA e as propostas do estágio. Na minha prática de alfabetizadora no primeiro semestre do ano sempre priorizei a leitura e a escrita entre as áreas do conhecimento, muito exercício de sistematização de leitura e escrita mais os temas pertinentes ao calendário escolar. Só no segundo semestre desenvolvia atividades relativas as ciências sociais, da natureza, lógico matemáticas com intencionalidade de desenvolver conceitos. Ainda não tinha conseguido acomodar todas essas inquietudes, e o estágio já estava andando. Fica difícil escrever sobre coisas que não estão claras, que não estão seguras. Identificar essas dificuldades não tem me acalmado, mas me fez avançar no processo.

domingo, 30 de maio de 2010

Estou experienciando, pela primeira vez, em minha prática de sala de aula o desenvolvimento de um PA a partir da metodologia aberta, sem determinação dos resultados. Onde as perguntas surgiram dos alunos e meu papel é de organizá-los, fornecer material, mediar, controlar e incentivar o processo de aprendizagem.

Embora esteja percebendo o quanto os alunos estão envolvidos, o quanto eles são capazes, tenho me angustiado muito no cumprimento do meu papel. Levar o aluno a construir capacidades de observar, analisar, estabelecer relações de forma organizada, comunicar resultados com argumentos que validem suas idéias não é simples.

Por outro lado é encantador ouvir os meus pequenos alunos e alunas levantando suas hipóteses e defendendo suas idéias.

Assim percebo que os tempos são outros, precisamos estar mais atento as diferentes formas de produção de conhecimento e como organizá-los, envolver nossos alunos e alunas para construírem aprendizagens significativas que os coloque em condições de posicionar-se e fazer escolhas para viverem com dignidade e harmonia com o seu meio.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

"A aprendizagem da criança começa, em suas fases iniciais, bem antes da aprendizagem escolar. A aprendizagem escolar não começa jamais sobre uma tábua rasa. Toda aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história. A criança começa, por exemplo, a estudar aritmética na escola, mas bem antes de entrar na escola ela já adquiriu uma certa experiência a respeito das quantidades..."(Vygotski,VA, pp.106) Considerar o conhecimento prévio do nosso aluno, sua história de vida, pode ser um grande aliado para envolvimento dos alunos no processo de aprendizagem. É preciso investigar o conhecimento e experiência do nosso aluno a cerca dos temas que vamos abordar em sala de aula valorizando este conhecimento. Dar espaço para que expressarem estes saberes, socializando e interagindo com os colegas a cerca do que também sabem, ao professor cabe desafiá-los a refletir sobre o que sabem e desafiá-los a outras descobertas sobre o que já sabiam alguma coisa.

domingo, 9 de maio de 2010

Ainda sobre os grupos áulicos e sua formação. A eleição para a formação dos grupos desenvolve junto às crianças um conjunto de regras que fazem parte da vida social coletiva no processo de vínculos sociais em sala de aula e o lugar da criança na composição do seu grupo.

O processo da escolha dos coordenadores para os grupos e a composição dos seus membros proporciona a reconstrução de sua identidade de pertencimento a um grupo estruturado segundo regras sociais.

A formação dos grupos áulicos através de um processo de eleição para escolha de sua coordenação e a partir daí, dos componentes do grupo, representa uma proposta de teatralizar vivências de um processo democrático da nossa sociedade. Através de uma dinâmica de sala de aula proporcionar uma ação que a vida em sociedade exige. A passagem da pessoa particular(aluno) a um corpo coletivo-social, construindo-se um sujeito social, um cidadão.

domingo, 2 de maio de 2010

Dispor os alunos em grupos para possibilitar a interação entre as crianças, proporcionando a socialização do saber, é cada vez mais defendido para as situações de aprendizagens. Permitir que os colega possam, entre eles, confrontar hipóteses, trocar informações, pensar sobre o tema em estudo e verificar os resultados com os colegas.

Esta nova sala de aula exige um professor mediador, que tenha competência para intervir no processo educativo. Para isso precisamos de embasamento teórico e muita prática de sala de aula. Venho desde o início do ano letivo possibilitando esta prática com meus alunos e alunas e percebo como tenho aprendido com eles a dividir o saber.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Planejar uma aula significa pensar o que se pretende realizar, isso envolve intencionalidades, justificativas para nossas escolhas. Fazer o registro desse planejamento tem se mostrado uma tarefa difícil. Diferente de fazer os relatos da prática. O planejamento pede uma linguagem mais formal a qual tenho mais dificuldade. Minha escrita sempre foi muito sintética, e muitas vezes não sei que palavra usar para expressar exatamente o que intenciono. Os muitos anos de magistério me deram uma “segurança” para minha prática e me afastaram de exercício do registro. Depois de tantos anos estes eram os mais sintéticos possíveis. Agora, com a prática do estágio, esta escrita é que comprovará a minha ação. Percebo assim que tenho outro grande desafio, romper com a barreira do silêncio através do registro. Estou me esforçando, pois acredito no registro como uma conexão para a reflexão. Este resgate só um estágio poderia me devolver, embora esteja enfrentando dificuldades estou apostando no meu crescimento e na importância dele para tornar a minha prática docente mais consciente, mais intencional.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Elaborar as apresentações para meu wiki foi um exercício para refletir sobre os espaços que ocupo profissionalmente. A escola onde trabalho, a sala de aula, meus alunos e os entornos de todos eles. Identificar as limitações e as possibilidades que estes espaços têm é essencial para um bom planejamento.

A Escola Emílio Tarragô, local onde trabalho, tem para nos oferecer uma sala de informática com internet banda larga. Então junto com os alunos vamos criar um blog para socializar nossas produções. Quero também acessar o Google earth para o projeto“Onde estamos” além de utilizar esta ferramenta para alfabetização.

A sala de aula que ocupo, mesmo não sendo muito espaçosa é adequada para realizar as atividades numa proposta de trabalhar em grupos.

E o grande desafio será trabalhar com os vinte e três alunos e alunas que apresentam diferentes níveis no processo de aquisição da leitura e da escrita. Oferecer condições para que cada um possa avançar nesse processo e chegar ao final do ano plenamente alfabetizados.

domingo, 4 de abril de 2010

Outros Desafios

Estou retornando a regência de classe depois de seis anos afastada. Foi com grande expectativa que assumi, em primeiro de março, a turma do segundo ano do Ensino Fundamental de nove anos da Escola Estadual Emílio Tarragô. Para este ano tenho dois desafios interessantes: meu estágio, onde quero colocar em prática aprendizados do curso de pedagogia que estou realizando, especialmente o uso das tecnologias informatizadas na sala de aula; e trabalhar com a proposta metodológica do GEEMPA na alfabetização dos meus alunos.

Quando temos oportunidade de entender um pouco mais dos processos de aprendizagens, aumentam nossas responsabilidades na orientação e mediação desses processos. Sinto-me estreante, com muita vontade de acertar. Tornar o espaço da sala de aula um espaço de muitas aprendizagens.