terça-feira, 26 de outubro de 2010

Visitando o eixo VI encontrei o texto que já estou usando para construção do meu TCC, quando estudo sobre os Projetos de Aprendizagem, seus limites e possibilidades nas classes de alfabetização. O textoEpistemologia Genética e construção do conhecimento” da Tania Beatriz Iwaszko Marques, que apresenta os estudos de Piaget sobre a gênese das estruturas cognitivas, explicando-a pela construção, mediante a interação radical entre sujeito e objeto. Busquei este texto para conceituar aprendizagem na teoria piagetiana, que distingue a aprendizagem no sentido amplo (lato sensu) e a aprendizagem no sentido estrito (stricto sensu): “no sentido restrito, fala de aprendizagem na medida em que um resultado (conhecimento ou atuação) é adquirido em função da experiência”. Por outro lado, considera a aprendizagem no sentido amplo como a “união das aprendizagens s. str. e desses processos de equilibração” (PIAGET, 1974, p.54). Quando entramos em contato com um novo conhecimento, acontece um desequilíbrio, então é preciso assimilar essa novidade incorporando às estruturas já esquematizadas, que pela interação dá início ao processo de acomodação. Entender o processo que os sujeitos aprendem é fundamental para ensinar. E nesse sentido o professor passa a ser um aprendente, para perceber o que o seu aluno sabe, condição prévia para novas aprendizagens.

Assim vejo nos Projetos de Aprendizagem a possibilidade de desequilibrar os alunos, no sentido piagetiano, quando valoriza as concepções construídas a partir do senso comum colocando-os em xeque para aproximá-los do conhecimento científico.

domingo, 17 de outubro de 2010

A visita ao quinto eixo a partir da interdisciplina da Psicologia da Vida Adulta me levou a refletir sobre o adulto que me tornei. Destaco aqui o meu adulto profissional e a interdisciplina sobre as Políticas Públicas e Gestão da Educação me fizeram entender que ele foi construído a partir de um modelo de educação produzido num determinado momento da história da educação brasileira. Uma educação com métodos tradicionais onde o ato de aprender foi a memorização. A educação bancária de que Paulo Freire tantas vezes se referiu, onde o professor deposita o conhecimento que só ele possui e o aluno recebe de forma dócil sem questionar. Uma escola alienante que matou, por muito tempo, minha curiosidade investigativa e minha criatividade, mas especialmente minha autonomia quando não me oportunizou o direito de exercitar o pensamento reflexivo. Mas também é fruto de um momento histórico de lutas pela democracia onde os professores das grandes redes estaduais de ensino começam a lograr sua organização sindical e a conquistar planos de cargos e carreira, com valorização da formação e a gestão democrática da educação. Me fez entender que a gestão democrática da educação é um processo em construção que envolve toda a organização da educação brasileira. Que o campo da administração da educação ao longo do tempo vem cristalizando modelos que se cruzam e/ou se rompem a cada contexto histórico, político e social da sociedade brasileira, e que na realidade o que está em jogo é, principalmente, uma mudança na estrutura das relações de poder na organização dos sistemas de ensino e das unidades escolares. Assim não basta estatuir normas formais para democratizar a gestão da escola, é preciso democratizar as práticas de toda a comunidade escolar, e para tal, é preciso encarar a democracia como um princípio ético-político que necessita ser cultivado em todos os espaços de relações sociais.

Tudo isso tem relação com meu TCC, quando investigo a metodologia de projetos como proposta de aprendizagem que desenvolvam autonomia e autoria na produção do conhecimento.

domingo, 10 de outubro de 2010

O eixo IV foi fundamental para refletirmos nossa prática em relação a seleção dos conteúdos e metodologia no ensino de Ciências, Matemática, Estudos Sociais, disciplinas tradicionais do nosso currículo escolar.

Suas interdisciplinas, trouxeram em primeira mão a possibilidade de reflexão das minhas concepções, de como elas foram construídas ao longo da minha vida e que se tornaram base para minhas ações e compreensão do mundo. Essa identificação foi importante para poder refletir criticamente estes conceitos e tornar as ações mais conscientes e comprometidas.

Lembro da aula presencial da interdisciplina de Ciências, onde o professor questionava porque estudar Ciências. Instigando-nos a duvidar, a querer saber um pouco mais, para não ser enganado por coisas que nos são ditas, para ter um pouco mais de discernimento das coisas que ouvimos. Pareceu-me tão simples, mas de muita importância. Precisamos desenvolver uma consciência crítica para podermos intervir no espaço e no tempo em que vivemos, especialmente com nossa tarefa de formação de pessoas. O texto “Representando o ensino de Ciências a partir de novas histórias da ciência” de Teresinha Dutra da Rosa Russel, ajudou nesta reflexão quando diz: “A descrição do tempo, do espaço e das condições político-sociais, em que aparecem determinadas explicações científicas, nos permite não só entender com maior profundidade a lógica daquelas visões de mundo, mas também refletir sobre as condições sociais de produção das teorias contemporâneas.

Precisamos ser curiosos para dar espaço para a curiosidade em nossas salas de aula. Curiosos da nossa história de vida, curiosos das coisas que nos cercam. Abrir espaço para as perguntas, para a investigação.