Acolher o interesse dos alunos, modificar a dinâmica de condução das aulas. Alunos elaborando perguntas, formulando hipóteses sobre as próprias questões levantadas, buscando resolver suas questões e desenvolver conclusões que explicassem seus entendimentos. Tudo isso tive o prazer de experienciar desenvolvendo um Projeto de Aprendizagem com meus pequenos e pequenas do segundo ano.
Para mim que sou professora veterana, preocupada em valorizar o conhecimento prévio dos meus alunos e alunas, investigando seus saberes para, a partir deles, intervir e proporcionar novos saberes. Porém sempre dando a direção, determinando o rumo das aprendizagens.
O PA possibilitou descobrir que outras práticas são possíveis. Colocar os alunos como autores de suas aprendizagens. Poder escolher sobre o tema que querem explorar, e construir aprendizagens significativas. Descobrir que os professores não tem menos importância nesse processo, só precisa resignificar o seu papel. Especialmente quando trabalham com alunos menores. Saber fazer a escuta, ter sensibilidade e perceber o quanto são capazes de construir a partir das suas curiosidades. Baseado nas suas experiências, no que vêem, observam, ouvem das outras pessoas e nos meios de comunicação. Como a ingenuidade do Leandro, acreditar que um inseto come outro inseto porque é mau. Saber mediar esse conhecimento informal e aproximá-lo do conhecimento científico, confrontá-los para desequilibrá-los, como defende Piaget. Levá-los a perceber que, o que sabem não é suficiente para explicar a idéia que tem. Como foi na questão do sangue dos insetos. Temos o papel de problematizar estes saberes para oportunizar o conflito, a reflexão e poder reconstruir estes saberes.
Minha preocupação e insegurança inicial, aos poucos foram abrindo espaço para o entusiasmo e satisfação. A primeira experiência não decepcionou. As palavras pesquisar e observar já faz parte do vocabulário da minha sala de aula. Acredito que meus alunos já sentiram o prazer da autoria.