segunda-feira, 21 de junho de 2010


Acolher o interesse dos alunos, modificar a dinâmica de condução das aulas. Alunos elaborando perguntas, formulando hipóteses sobre as próprias questões levantadas, buscando resolver suas questões e desenvolver conclusões que explicassem seus entendimentos. Tudo isso tive o prazer de experienciar desenvolvendo um Projeto de Aprendizagem com meus pequenos e pequenas do segundo ano.

Para mim que sou professora veterana, preocupada em valorizar o conhecimento prévio dos meus alunos e alunas, investigando seus saberes para, a partir deles, intervir e proporcionar novos saberes. Porém sempre dando a direção, determinando o rumo das aprendizagens.

O PA possibilitou descobrir que outras práticas são possíveis. Colocar os alunos como autores de suas aprendizagens. Poder escolher sobre o tema que querem explorar, e construir aprendizagens significativas. Descobrir que os professores não tem menos importância nesse processo, só precisa resignificar o seu papel. Especialmente quando trabalham com alunos menores. Saber fazer a escuta, ter sensibilidade e perceber o quanto são capazes de construir a partir das suas curiosidades. Baseado nas suas experiências, no que vêem, observam, ouvem das outras pessoas e nos meios de comunicação. Como a ingenuidade do Leandro, acreditar que um inseto come outro inseto porque é mau. Saber mediar esse conhecimento informal e aproximá-lo do conhecimento científico, confrontá-los para desequilibrá-los, como defende Piaget. Levá-los a perceber que, o que sabem não é suficiente para explicar a idéia que tem. Como foi na questão do sangue dos insetos. Temos o papel de problematizar estes saberes para oportunizar o conflito, a reflexão e poder reconstruir estes saberes.

Minha preocupação e insegurança inicial, aos poucos foram abrindo espaço para o entusiasmo e satisfação. A primeira experiência não decepcionou. As palavras pesquisar e observar já faz parte do vocabulário da minha sala de aula. Acredito que meus alunos já sentiram o prazer da autoria.

domingo, 13 de junho de 2010

Trabalhar com Projetos de Aprendizagem me fez lembrar um velho ditado “se aprende fazer fazendo”. Esta foi a primeira experiência, importante para entender que os alunos aprendem mais e se interessam mais quando estão atrás das suas curiosidades. Não estar previamente determinado onde vão chegar não implica em não aprender. Senti que o papel do professor é muito mais decisivo para estas aprendizagens do que imaginava. A falta de experiência gerou insegurança, ansiedade que não permitiram aplicar a metodologia com todas as suas possibilidades. Esta semana fechamos nosso primeiro PA. Outros temas ainda poderão ser embasados, ou partir deste estudo, como fizemos nesta semana, em relação ao meio ambiente. A partir da descoberta do papel dos insetos para o equilíbrio do meio ambiente iniciamos estudo sobre a necessidade de preservar as espécies e como isso é possível. Avançamos para estudos da consciência ecológica com ações que ajudam a cuidar e preservar o meio ambiente.

domingo, 6 de junho de 2010

Nesta semana procurei criar estratégias para avaliarem e analisarem a caminhada de um tema de estudo. Na proposta de organizar os conhecimentos adquiridos para um fechamento temporário do projeto, especialmente em relação as nossas perguntas iniciais fomos repassando as perguntas para analisar e também avaliar se estão satisfeitos ou se precisamos redimencioná-la. O que também faz parte da metodologia.

Em nossa roda de conversa foi possível perceber a partir de suas falas e depoimentos o quando avançaram em conhecimento e concepções a cerca destes animais que vivem tão próximo de nós humanos e são vistos, no senso comum, ou como bonitinho ou então como pragas nojentas. Como professora, tive a oportunidade de já observar a importância de considerar o interesse dos alunos, as suas curiosidades para introduzir conceitos importantes na formação escolar dos nossos alunos e alunas, sem deixar de realizar o objetivo maior de uma turma de 2º ano, que é ensinar a ler e escrever. Para meus alunos foi muito prazeroso ficar confrontando suas hipóteses de leitura e de escrita com um tema de vocabulário vasto e que faz parte do seu cotidiano, até porque os animais e suas curiosidades exercem um fascínio muito grande no imaginário infantil.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

vivências 5ª postagem

Para realização do PA que tem como proposta partir do interesse dos alunos e das suas curiosidades fiquei atenta para identificar esse interesse. E foi a partir de um filme onde eu professora tinha uma intencionalidade surgiu o tema insetos que passamos a investigar. A partir daí foram construindo suas perguntas com a minha mediação. Uma curiosidade da aluna Bianca. “Insetos têm inimigos?” No primeiro momento pensei que ela queria saber quem seriam os predadores dos insetos então pedi que justificasse sua pergunta para o grupo, e ela disse querer saber se tem insetos que comem insetos. Então reelaboramos a pergunta que poderia ficar de duas maneiras. “Existem insetos que comem outros insetos?” Ou utilizando uma palavra nova que está fazendo parte do nosso vocabulário, a partir dos estudos sobre insetos. “Existem insetos predador de insetos?” A aluna optou pela segunda redação. Outra situação: Queriam saber se existem insetos maus. Perguntando o que já sabiam disso. Disseram que o marimbondo é um inseto mau porque pica as pessoas. Que o mosquito também, e assim listaram alguns insetos. Problematizei. Se vocês me dizem que estes insetos são maus. Há necessidade dessa pergunta no nosso PA? Vocês já se perguntaram por que o marimbondo pica as pessoas. Em suas pesquisas descobriram que os marimbondos são responsáveis pela polinização das plantas, que limpam as pragas das lavouras e que só atacam as pessoas porque se sentem ameaçados. Concluíram que o marimbondo é um inseto do bem. Assim vou aproveitando as situações criadas por eles integrando novas informações e conceitos, ampliando o que sabiam de início.

Reflexão 4ª postagem

Realmente tenho priorizado, para o blog, uma reflexão mais teórica, por ter sido esse o meu entendimento a respeito desse espaço. Mas concordo contigo que não dão visibilidade da minha prática. No entanto tenho feito essas reflexões teóricas a partir do que tenho vivido ou direcionado minha prática em sala de aula.

A escola por um longo período foi muito mais um espaço de passar informações, apresentando informações que o aluno deveria repetir para ser aprovado de ano, de série. O professor como detentor do saber e o aluno depositário deste saber. Hoje o papel desse professor foi substituído pelos meios de comunicação de massa, a internet está cada dia mais presente, até nas camadas mais pobres. Além de conteúdos precisamos nos preocupar com metodologias que tornem os espaços escolares lugar de aprendizagem. O professor não precisa mais se colocar como dono do saber, mas como mediador dos diferentes saberes que estão dentro da sua sala de aula. Estou novamente teorizando, isso para dizer que a maneira como os alunos estão sentados pode facilitar ou dificultar uma nova proposta. Permitir que os alunos conversem sobre o que estão aprendendo, expressar o que sabem sobre a proposta que o professor trás, faz parte dessa nova metodologia. Como também aprender a conviver em grupo.

Um exemplo; depois de sentados juntos no mesmo grupo, alguns alunos estavam se distraindo e se desviando do envolvimento necessário para as atividades. Na hora da troca de grupo a aluna Ana escolheu o colega Rodrigo para o seu grupo com o seguinte argumento. “Eu convido o Rodrigo para o meu grupo porque ele e o Bruno não estão mais dando certo juntos. Assim eles não vão aprender mais.” Eles concordaram, e a mudança aconteceu sem a minha intervenção. Uma mediação feita pelo grupo. O mesmo não aconteceu com o João. Por várias vezes, em aula quando cobrei mais envolvimento e responsabilidade do aluno João, ele reclamava do colega Leandro que sentava ao seu lado e era culpado por atrapalhá-lo. Inclusive o pai foi cobrar dele a distração e ele culpou o colega, o pai havia me pedido para separá-los. Na hora da mudança de grupo o primeiro que ele escolheu para formar o seu grupo foi o Leandro. Nesse momento achei necessária minha intervenção. Sugeri ao João que analisasse se o Leandro o atrapalhava tanto seria legal sentarem juntos? Ele pensou um pouco e disse que seria melhor não sentarem juntos. Ele adorava sentar com o Leandro, mas tem dificuldade de assumir seus atos. Conviver em grupos, administrar conflitos para que o grupo possa crescer de forma que cada um cresça com o grupo são objetivos da minha proposta para desenvolver a cidadania. Como sujeitos fazemos parte de diferentes grupos sociais.

reflexão 3ª postagem

Sentar em grupos facilita as atividades com jogos possibilitando a socialização, afetivas, emocionais e cognitivas, (hoje muitas crianças têm acesso aos jogos virtuais e se fecham na sua individualidade, cada vez menos sociais). Enquanto jogam eles verbalizam seus saberes, suas emoções, seus sentimentos.

Aprender a contar, escrever e ler números fica mais fácil a partir do jogo e um aprende com o outro.

Como minha turma já vinha trabalhando com essa metodologia de poder aprender e ensinar um ao outro, quem mais tem aprendido com isso sou eu. Eles não apresentam resistência em sentar com quem sabe menos porque vão poder ensinar e vice versa.

A mediação que, às vezes, preciso fazer é diminuir o ímpeto que alguns têm de fazer para o outro, na sua ansiedade não dão tempo para o outro pensar. Minha provocação é; em vez de dar a resposta explica para o colega como tu pensaste para achar esta resposta. Isso para várias situações de sala de aula não só nos jogos.

reflexões a cerca do planejamento 2ª postagem

Estou enfrentando dificuldades no meu planejamento, não conseguindo deixar visível o que realmente tem acontecido na minha sala de aula, ou o que pretendo. Já havia constatado isso no semestre anterior na interdiciplina de didática e planejamento. Está construído em mim que os objetivos do dia, são as ações dos meus alunos e não as habilidades que eu desejo que eles construam. Exemplificando: coloco como objetivo _Ler o texto. Quando acredito que deveria colocar.__desenvolver a leitura confrontando suas hipóteses de escrita, especialmente em sílabas com mais de uma consoante. Sempre sintetizo meus objetivos não deixando claro minha intencionalidade, não que não as tenha.

Também atribuo isso a minha maneira de trabalhar o processo de alfabetização até o momento, a apropriação da proposta do GEEMPA e as propostas do estágio. Na minha prática de alfabetizadora no primeiro semestre do ano sempre priorizei a leitura e a escrita entre as áreas do conhecimento, muito exercício de sistematização de leitura e escrita mais os temas pertinentes ao calendário escolar. Só no segundo semestre desenvolvia atividades relativas as ciências sociais, da natureza, lógico matemáticas com intencionalidade de desenvolver conceitos. Ainda não tinha conseguido acomodar todas essas inquietudes, e o estágio já estava andando. Fica difícil escrever sobre coisas que não estão claras, que não estão seguras. Identificar essas dificuldades não tem me acalmado, mas me fez avançar no processo.